terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Decepção amorosa causa medo de se apaixona

Você construiu um relacionamento baseado em cumplicidade e troca de carinhos. Fez mil planos com o par. Ao lado do seu amor, o bem-estar era tão grande que foi inevitável tornar-se dependente daquele afeto.
Porém, de um ponto em diante, o relacionamento começou a desandar. De repente, a relação começa a ficar conturbada, você descobre que muito do que tinha imaginado a respeito do outro não era de fato verdadeiro e, então, vem a decepção --e, muitas vezes, o medo de se apaixonar novamente.
"As decepções são sempre muito dolorosas, porque nos relacionamentos amorosos há um investimento afetivo", diz a psicóloga Elisa Villela, doutora em desenvolvimento humano pela USP (Universidade de São Paulo).
"Para algumas pessoas, a dor é tão grande que é similar a uma morte. Mas é uma morte de sonhos, expectativas, o fim da esperança de estar com alguém e ter um final feliz", diz a psicóloga Heloisa Fleury, mestre em Ciências pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e professora do Instituto Sedes Sapientiae, espaço de ensino e especialização para profissionais da área de saúde mental. 
De acordo com os especialistas, sofre mais quem tende a idealizar o parceiro e a ignorar todos os aspectos negativos da pessoa amada. "Quem se apoia muito nas próprias expectativas de como o outro deveria ser acaba deixando de lado evidências de que algo insatisfatório está ocorrendo. Isso evidentemente favorece uma enorme decepção", diz Heloisa.
 

Medo de amar

 
Diante de uma traumática decepção amorosa, é comum que se cultive a dor por um tempo e que se continue a evitar paixões mesmo depois de se restabelecer emocionalmente. Essa precaução quase sempre está fundamentada em um temor de passar por tudo novamente e voltar a sofrer.
 
"Algumas pessoas têm grande dificuldade de lidar com as decepções e frustrações e passam a acreditar que, se algo deu errado num relacionamento, o mais provável é que o episódio se repita dali em diante, só que com outro parceiro", afirma o psiquiatra Eduardo Ferreira Santos, doutor em ciências médicas pela USP (Universidade de São Paulo). A notícia boa é que não há nenhuma evidência que justifique esse temor.

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