Pela
primeira vez desde que foi lançado, o programa Pacto pela Vida apresentou
crescimento nos números de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) em
Pernambuco em um mês de janeiro em relação ao mesmo período do ano anterior. De
2007 a 2014, os índices de homicídios mantiveram-se em queda nos meses de
janeiro, o que não ocorreu este ano, quando foram registrados 309 assassinatos
no Estado, 60 a mais do que no ano passado, segundo a Secretaria de Defesa
Social (SDS), um aumento de 24,09%.
A situação,
que já em dezembro se mostrava preocupante, quando o governo divulgou um
aumento de 8,73% na taxa de homicídios em Pernambuco considerando o ano inteiro
de 2014, parece ainda mais delicada neste momento.
Os militares
dizem estar desestimulados com seus salários e condições de trabalho e nem
mesmo o anúncio de uma série de mudanças no pagamento das Gratificações do
Pacto pela Vida (GPPVs), que agora serão calculadas pelo desempenho individual
dos policiais, e a mudança do comando das polícias civil, militar e científica
parecem incentivá-los. “Como se não bastasse termos que tirar dinheiro do
nosso próprio bolso para comprar coletes à prova de bala, armas e munição de
boa qualidade, ainda temos que lidar com os baixos salários que recebemos”.
Os militares
mais velhos ficam desmotivados e os mais novos, ao olharem para eles, também
desanimam, pois veem que aquele é o futuro deles. Por isso não me surpreende
esse crescimento nos índices de homicídios no Estado”, afirmou Alberisson Carlos, presidente da
Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco. No último dia 21, após assembleia
que contou com a presença de mais de mil militares no Centro de Convenções, uma
pauta de reivindicações da categoria foi entregue ao secretário de
Administração do Estado, Milton Coelho. Nesta segunda-feira (02), o secretário
reuniu-se com o titular da SDS, Alessandro Carvalho, e ambos definiram um
anteprojeto que será apresentado na próxima quarta-feira (04) aos PMs.
O documento
foi criado com base nos pedidos dos policiais, mas o governo não apresentou
maiores detalhes da proposta. “Alguns dos pontos da nossa pauta são a
revisão do nosso plano de cargos e carreiras e substituição do curso de
formação de soldados por um curso de formação de praças a partir do próximo
concurso público. Vamos aguardar agora para saber qual será a contraproposta do
governo”, frisou Alberisson Carlos.