quinta-feira, 30 de abril de 2015

Vietnã celebra 40 anos do fim da guerra com críticas aos EUA

Participantes de desfile agitam a bandeira do Vietnã durante celebração dos 40 anos do final da guerra nesta quinta-feira (30) em Ho Chi Minh (Foto: Dita Alangkara/AP)

O Vietnã celebrou nesta quinta-feira (30) o 40º aniversário da queda de Saigon, o último episódio da guerra, com duras críticas aos Estados Unidos e um desfile que recordou a entrada dos tanques das forças comunistas na cidade.
"Cometeram inúmeros crimes bárbaros, provocaram perdas incomensuráveis e muita dor à população de nosso país", disse o primeiro-ministro Nguyen Tan Dung para a multidão reunida diante do Palácio da Independência, tomado há 40 anos pelos tanques do Vietnã do Norte.
O "fervoroso patriotismo" permitiu a vitória final graças à "brilhante e criativa direção do Partido Comunista", acrescentou Dung, diante de milhares de soldados.
A guerra do Vietnã provocou a morte de milhões de vietnamitas, muitos deles civis vítimas dos bombardeios, e de 58.000 militares americanos.
Centenas de milhares de pessoas ficaram feridas, muitas delas intoxicadas pelo 'agente laranja', um herbicida que contém dioxina e que os americanos lançaram em várias regiões do país.
O conflito dividiu profundamente a opinião pública americana, abalada pela morte de milhares de jovens soldados, e foi a primeira grande derrota de uma superpotência que se considerava, até então, invencível.
O sofrimento dos civis vietnamitas e o massacre de centenas de habitantes do vilarejo de My Lai pelo exército americano, em março de 1968, provocaram a rejeição da opinião pública dos Estados Unidos, que começou a protestar contra a guerra.
Nenhum representante de Washington compareceu ao desfile, mas o embaixador americano deve participar em uma pequena cerimônia no consulado da Cidade de Ho Chi Minh com uma associação de veteranos.
Militares são vistos durante a celebração dos 40 anos do fim da Guerra do Vietnã nesta quinta-feira (30) em Ho Chi Minh City  (Foto: Dita Alangkara/AP)
Entender o passado
Cidade de Ho Chi Minh, o nome de Saigon depois da guerra, estava fechada nesta quinta-feira para permitir o desfile dos regimentos diante das principais autoridades do regime comunista, que viajaram de Hanói.

Muitos blindados passaram diante dos principais dirigentes do Vietnã, um deles com uma grande imagem de Ho Chi Minh, o pai da independência.
A cerimônia foi transmitida ao vivo pela televisão, com a participação de muitos veteranos, que relataram o orgulho do combate contra os americanos.
"Um acontecimento como este é necessário para ajudar os jovens a entender o passado glorioso de nosso país", disse à AFP Nguyen Van Hung, 72 anos, que assistiu ao desfile com o antigo uniforme militar do período da guerra.
O governo utiliza as vitórias militares para legitimar seu poder, mas a percepção que os vietnamitas têm da guerra evoluiu para além do relato histórico oficial, destaca Tuong Vu, professor de Ciências Políticas da Universidade de Oregon.
Antes, as pessoas consideravam que era uma guerra de "libertação nacional e de unificação", mas agora muitos consideram a guerra "um acontecimento trágico durante o qual vietnamitas mataram outros vietnamitas, uma guerra civil", disse.
Neste contexto, os vietnamitas são cada vez mais indiferentes aos espetáculos de patriotismo oficial.
"Não estou interessado no desfile, é ruim para os negócios", disse à AFP Nguyen Thi Dieu, dono de um restaurante no centro da Cidade de Ho Chi Minh, área fechada ao trânsito.
No fim dos anos 1980, o regime comunista vietnamita progrediu para uma economia capitalista, o que estimulou o crescimento econômico, a corrupção e a desigualdade.
Mas no plano político, o Partido Comunista continua exercendo o poder em um sistema de partido único, no qual a liberdade de imprensa e a liberdade de opinião não são toleradas.

Exigência de chip em veículos começa a valer daqui a 2 meses

No próximo dia 30 de junho começa a valer a obrigatoriedade de que todos os veículos que circulam no Brasil tenham um chip de identificação eletrônica. Porém, faltando pouco tempo do fim prazo para instalação, apenas o estado de Roraima iniciou - e parou - a instalação, e não há uma "corrida" para cumprir a exigência. Isto porque a data limite deve ser adiada pela segunda vez, a pedido dos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans).

O chip é o "coração" do chamado Sistema Nacional de Identificação de Veículos (Siniav). Ele fica instalada no para-brisa, em uma caixinha semelhante às do sistema de cobrança automática em pedágios.
O objetivo do governo federal com o sistema é melhorar a fiscalização e a gestão do trânsito e da frota. Na prática, o chip cria uma "placa eletrônica" para o carro, enviando informações sobre chassis, ano, modelo e placa por meio de antenas instaladas nas vias.
Multa a partir de julho
Este sistema é discutido desde 2006. Em 2012, a previsão era equipar todos os veículos, incluindo carros, motos, caminhões, reboques e máquinas agrícolas, a partir de 1º de janeiro de 2013. Com o adiamento, o prazo final de implantação venceria em 30 de junho próximo.

Andar sem a “placa eletrônica” pode dar multa a partir de 1º de julho, diz a última resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) sobre o tema. Na última quarta-feira (29), o órgão formado por representantes de 10 ministérios se reuniu e discutiu sobre o Siniav, mas nenhuma alteração no prazo foi divulgada até então.
Quem paga a conta?
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Siniav (Foto: Divulgação / Detran-RR)
A resolução 412 do Contran não determina o quanto nem quem vai arcar com os custos da instalação dos chips e dos demais equipamentos do sistema.
“A maior dúvida dos Detrans é o fato de não termos orçamento específico para essa atividade, que tem um custo expressivo porque envolve tecnologia, para chips e torres de monitoramento. Não nos mexemos pelas dúvidas que temos sobre a transferência de um custo para o cidadão”, afirmou Marcos Traad, presidente da Associação Nacional dos Detrans (AND), que são os responsáveis pela instalação.
"Se fosse de grande interesse do governo federal implantar o Siniav, ele direcionaria uma parte do orçamento para isso", disse Traad.
Ao G1, o Denatran se limitou a dizer que “o processo de implantação do sistema teve início em todo o território nacional em 1º de janeiro de 2013 e deverá ser concluído até o dia 30 de junho de 2015”, destacando que a responsabilidade é dos Detrans e que um possível adiamento só pode ser decidido pelo Contran.
Em estados médios podemos estimar em R$ 100 (o custo anual do sistema por veículo) no primeiro ano e R$ 70 nos anos seguintes"
Mauricio Luz, da Seagull, empresa homologada para fornecer chips
Segundo a única empresa homologada até meados de abril, a Seagull Tecnologia, com sede no Rio de Janeiro, cada placa eletrônica virgem custa em torno de R$ 40, sem contar gastos com infraestrutura de instalação, verificação e fiscalização.
“Em estados médios podemos estimar em R$ 100 (o custo anual do sistema por veículo) no primeiro ano e R$ 70 nos anos seguintes”, explicou Mauricio Luz, diretor de tecnologia da empresa.
Em São Paulo, que possui frota de 26,8 milhões de veículos, segundo o próprio Detran, o impacto seria de R$ 2,68 bilhões no primeiro ano.
Roraima cobrou R$ 95,67
Até agora, apenas Roraima iniciou o processo, em janeiro de 2014, mas a instalação foi suspensa por meio de decreto legislativo, depois que o Ministério Público estadual abriu investigação sobre suposta cobrança abusiva de R$ 95,67 dos proprietários e por possíveis problemas no contrato com a empresa fornecedora dos chips.

Siniav (Foto: Arte/G1)
Segundo o Detran-RR, Francisca Fernandes Silva, de 76 anos, foi a primeira proprietária a instalar o chip no país. No entanto, ela atualmente roda com o chip no carro sem função alguma e aguarda a devolução do valor pago. Mas a desinformação é maior que tudo.
"Paguei como todo mundo e dizem que foi cancelado. Hoje em dia a gente não confia mais em nada. Dizem que está na Justiça e que vão devolver o dinheiro, mas até agora ninguém recebeu nada. Parece que era trambique", afirmou Francisca, por telefone, ao G1.
De acordo com o Detran-RR, para ter o ressarcimento do valor, o contribuinte deve protocolar um formulário com os dados do veículo. O pedido será analisado pelo administrativo do órgão e em seguida será feita a devolução da quantia ao proprietário do veículo.
De onde vêm os chips
O Detran-SP aponta que o fato de apenas uma empresa estar homologada para fornecer os equipamentos do Siniav, por ora, "inviabiliza a concorrência em uma eventual licitação pública, fundamental para reduzir os custos de implantação do sistema e, consequentemente, os custos para o cidadão (que terá de adquirir o chip)".

O Denatran diz que uma segunda empresa está em processo de homologação e uma terceira, em fase de certificação, para viabilizar as licitações em cada estado.
A Seagull afirma que já investiu R$ 25 milhões no sistema em 5 anos e acumula um custo mensal fixo de R$ 400 mil no projeto, e reclama da falta de divulgação da regra.
“Não houve comprometimento do governo federal, nem mesmo uma divulgação adequada. Em reunião da AND, a maioria dos diretores de trânsito que assumiram recentemente não sabia da existência do Siniav”, o diretor de tecnologia.
Como funciona?
Siniav (Foto: Bruno Perez/Detran RR)

O sistema consiste na identificação de veículos por radiofrequência, por meio do chip instalado no para-brisa. Sem uso de GPS, a leitura da “placa eletrônica” é feita apenas por meio de antenas ou totens, exatamente o mesmo sistema usado no pagamento de pedágio eletrônico nas estradas.
Conforme os parâmetros do Siniav, o chip carregará informações criptografadas sobre chassis, ano, modelo e placa. Segundo o Denatran, o Registro Nacional de Veículos (Renavam) e informações pessoais do proprietário serão mantidos em sigilo.
As antenas devem ser instaladas em pontos estratégicos nas cidades, para captar as informações sobre veículos no momento que passarem próximos. A localização do veículo não poderá ser determinada exatamente, a não ser quando ele estiver passando por um leitor, mas diversas antenas serão capazes de triangular as informações e apontar a direção do veículo.
De acordo com o Denatran, o sistema central, que reunirá os dados vindos de todos os estados já está pronto para operar. "O que falta é a integração dos Detrans dos estados ao sistema", explicou o Ministério das Cidades.
Efeitos práticos
Do lado dos estados, o interesse no Siniav vem basicamente com a possibilidade de elevar a arrecadação com cobranças de licenciamento, IPVA e multas. No Distrito Federal, por exemplo, cerca de 30% da frota de 1,5 milhão de veículos em circulação no final de 2014 não pagou o licenciamento.

Além disso, será possível automatizar o pagamento de estacionamentos públicos e melhorar o trãnsito: por exemplo, antenas próximas a semáforos poderiam indicar qual sentido tem o maior fluxo e deixar o sinal aberto por mais tempo, para reduzir o congestionamento.
Na parte de segurança, a localização carros roubados ou clonados, se estes passarem perto de alguma antena, é uma das possibilidades, mas não há rastreamento por GPS, nem mesmo bloqueio remoto. Um sistema semelhante previsto pelo Contran, porém com rastreamento, foi barrado na Justiça por ser considerado uma ameaça à privacidade.
De acordo com Dario Sassi Thober, presidente do instituto Wernher von Braun, que desenvolveu o sistema do Siniav junto ao Denatran, toda parte de tecnologia está pronta. “Pode ser implementado muito rapidamente, bastando definir responsabilidades e agentes em âmbito nacional”, afirmou.
Negócios
O modelo seria um passo rumo à tendência chamada de “cidades conectadas”, um mercado de US$ 1,5 trilhão em 2020 no mundo inteiro, segundo projeção da consultoria de mercado Frost & Sullivan.

A regulamentação do Siniav também prevê o uso da tecnologia por empresas particulares, em convênio com o Denatran, se for de interesse público, por exemplo, para rastreamento de cargas, controle de frotas, ou cobrança de pedágio por trecho percorrido, entre outras funcionalidades.
Siniav (Foto: Arte/G1)
Na região de Campinas (SP), concessionárias de rodovias já utilizam sistema similar para cobrança de pedágio por trecho percorrido, com antenas, sem postos de parada. Segundo Thober, o volume de transações eletrônicas na região é um dos maiores do mundo dentro do sistema de identificação por radiofrequência.
“Existe mercado no Brasil? Sim. Em termos de maturidade, ainda está engatinhando. O chip seria um passo bastante importante para os carros conectados, e tem também aplicações para transporte público. Fica mais fácil implantar 'car sharing' (compartilhamento), por exemplo”, apontou Marise Luca, diretora de soluções de transporte da Ericsson na América Latina. A empresa desenvolve sistemas para carros e ônibus conectados com a Volvo.
De acordo com Thober, a tecnologia de identificação por radiofrequência já é utilizada para a identificação em todos os continentes. No México, por exemplo, chips chegam a ser usados em pessoas, para evitar sequestros. O sistema também é usado para monitorar mercadorias ou para restringir a entrada e saída de pessoas em lugares restritos.

Adolescente é encontrado com vida após 5 dias em escombros no Nepal

Hilton Guesthouse

As equipes de emergência retiraram nesta quinta-feira (30) um adolescente de 15 anos dos escombros de um edifício em Katmandu, cinco dias depois do terremoto no Nepal, anunciou a polícia. Ele passa bem.
"Um jovem de 15 anos foi retirado dos escombros de um albergue chamado Hilton Guesthouse", afirmou o porta-voz da polícia, Kamal Singh Bam.
O sobrevivente foi identificado como Pemba Lama. Ele é o último sobrevivente resgatado de um edifício que desabou durante a catástrofe. Na terça-feira (28), as equipes de emergência encontraram um jovem de 28 anos no mesmo local.
Lama estava consciente, segurou na mão de um dos resgatistas e olhou para um grande número de fotógrafos e equipes de televisão ao ser retirado dos escombros, de acordo com um fotógrafo da Reuters no local.
Jovem Pemba Lama é resgatado pelas equipes do Nepal e dos Estados Unidos após ficar soterrado por 5 dias sob os escombros de prédio que desabou durante terremoto na capital Katmandu (Foto: AP/Niranjan Shresta)
O autor do resgate, o policial nepalês L.B. Basnet, disse a repórteres que o garoto havia falado com ele em meio aos destroços e pediu água.
Ele foi levado a um hospital, e os médicos ficaram surpresos com sua boa condição de saúde.
Apesar dos esforços, as equipes de emergência ainda não conseguiram chegar às regiões mais isoladas do país.
O terremoto que abalou o Nepal no sábado (25) passado deixou 5.489 mortos, segundo o último boletim do Centro Nacional de Operações de Emergência, divulgado nesta quinta. O tremor, de 7,8 graus de magnitude, também matou mais de 100 pessoas na Índia e China.
De acordo com a ONU, oito dos 28 milhões de habitantes do país foram afetados direta ou indiretamente pela catástrofe.
As fotografias de Pemba Lama, resgatado no bairro de Gongabu de Katmandu, mostram um adolescente coberto de barro na maca, antes de ser levado para o hospital.
O resgate deu novo ânimo para que as equipes de emergência continuem procurando por sobreviventes, apesar das condições extremas e dos tremores secundários. Grande parte da população da capital do Nepal continua dormindo nas ruas.
"Não sei por quanto tempo vamos continuar nestas condições, quanto tempo poderemos viver nas ruas", afirmou Rajina Maharjan, que passou os últimos dias em uma barraca ao lado do marido, dos sogros e do filho de quatro anos.
Mas nesta quinta-feira foram registrados os primeiros sinais de um paulatino retorno à normalidade, com a abertura de algumas lojas e a volta dos vendedores de frutas e verduras na praça Durbar, uma área em ruínas.
Alpinistas
O governo do Nepal anunciou nesta quinta que os alpinistas poderão retornar ao monte Everest nos próximos dias. O terremoto de sábado provocou uma avalanche e matou 18 pessoas na área da maior montanha do mundo.

"As escadas serão reparadas dentro de dois ou três dias e as escaladas poderão continuar, não há razão para que ninguém abandone sua expedição", disse o diretor do departamento de Turismo, Tulsi Gautam.
Na madrugada desta quinta, um primeiro avião especial, com 206 pessoas retiradas do Nepal, principalmente franceses, pousou no aeroporto parisiense de Roissy, segundo o ministério das Relações Exteriores.
A ONU fez um apelo por US$ 415 milhões de dólares para ajudar as vítimas do terremoto. Na quarta (29), milhares de pessoas, desesperadas, protestaram na capital Katmandu pela falta de água e de alimentos.
Três meses de medidas de urgência

O governo reconheceu estar esgotado com a dimensão da catástrofe provocada pelo terremoto mais violento dos últimos 80 anos no Nepal.

"Temos fragilidades na gestão das operações de socorro", admitiu o ministro das Comunicações, Minendra Rijal.
"A catástrofe é tão grande e sem precedentes que não tivemos capacidade de responder às expectativas da população", disse.
O coordenador da ONU no Nepal, Jamie McGoldrick, afirmou que serão necessários três meses para responder às medidas de urgência antes do início das tarefas de reconstrução.
A ONU fornecerá rapidamente barracas para as 500.000 pessoas que ficaram sem casas, assim como água e equipamentos de saúde para 4,2 milhões de pessoas.
Até o momento, as operações de resgate ainda não foram muito além de Katmandu, segundo a ONU.
"Algumas localidades só podem ser alcançadas a pé, às vezes após quatro ou cinco dias de caminhada", disse o coordenador.
"Fazemos o possível para chegar ao maior número de lugares possível", declarou o porta-voz do exército, Jagdish Pokharel.
De acordo com a ONU, oito dos 28 milhões de habitantes do país foram afetados direta ou indiretamente pela catástrofe.
O Nepal e a cordilheira do Himalaia ficam no ponto de contato entre as placas tectônicas indiana e euroasiática, uma área de forte atividade sísmica.

Primeira mulher piloto de avião do Afeganistão sobrevoa preconceitos

Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, posa para foto em 26 de abril (Foto: Shah Marai/AFP)


De óculos de aviador e andar confiante na pista, Niloofar Rahmani está sendo chamada de "Top Gun Afegã" ao encarar o duplo desafio de integrar um universo exclusivamente masculino num dos países mais conservadores do mundo e se tornar a primeira mulher piloto de avião do Afeganistão.
Na base aérea das forças afegãs em Cabul, a jovem de 23 anos e lenço preto é a única presença feminina e a promessa de uma microrrevolução que começou com um sonho.
Muitas meninas no Afeganistão têm sonhos... Mas enfrentam muitos obstáculos, ameaças"
Niloofar Rahmani, a 1ª piloto
da Força Aérea afegã
"Desde pequena, quando via um pássaro no céu, eu queria pilotar um avião", conta à AFP a mulher sorridente com uma mecha de seu cabelo castanho ligeiramente para fora do véu.
"Muitas meninas no Afeganistão têm sonhos... Mas enfrentam muitos obstáculos, ameaças", disse ela em frente ao seu avião, um pequeno Cessna de transporte leve com hélices – bem diferente do potente F-14 pilotado por "Maverick", o personagem de Tom Cruise no filme "Top Gun".
Niloofar Rahmani, que cresceu em Cabul, se matriculou no curso da Força Aérea afegã em 2010. Ela recebeu o apoio de seus pais, mas outros a acusaram de desonrar a família.
Dois anos mais tarde, ela se tornou a primeira mulher piloto de aviões na história do país, que já teve mulheres pilotando helicópteros durante o período comunista, de 1978 a 1992.
Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, é vista em aeronave da Força Aérea afegã em foto de 26 de abril (Foto: Shah Marai/AFP)Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, é vista em aeronave da Força Aérea afegã em foto de 26 de abril
Recompensada com o prêmio internacional "Mulheres de Coragem" do departamento de Estado dos Estados Unidos, Niloofar está entre aquelas que têm feito avançar a causa das mulheres no Afeganistão desde a queda do Talibã, há 14 anos.
Sob o regime fundamentalista, as mulheres não podiam sair de suas casas sem estarem acompanhadas por um homem e viviam confinadas. Mas a paridade ainda é um sonho distante no Afwganistão de hoje, onde os costumes continuam embasados na segregação entre homens e mulheres.
Caminhar pela rua, fazer compras, tudo isso não consigo mais fazer. Perdi minha liberdade"
Niloofar Rahmani
Sem liberdade 
Em sua ascensão irresistível, Niloofar tem recebido telefonemas e cartas ameaçadoras de estranhos, ordenando que ela peça baixa.

"Eles me ameaçaram e disseram que iam prejudicar minha família", revela. "Minha única reação foi ignorá-los", diz ela, que teve que deixar o país por dois meses em 2013, quando as ameaças se intensificaram.
Hoje, a jovem piloto anda sempre armada para poder se defender. Acostumada ao olhar dos homens, ela nunca deixa a base usando o uniforme por medo de se tornar um alvo.
"Caminhar pela rua, fazer compras, tudo isso não consigo mais fazer. Perdi minha liberdade", lamenta. Além das ameaças físicas, o conservadorismo persistente continua um obstáculo para os direitos das mulheres.
Ao longo de uma missão, ela desafiou as ordens de seu comandante ao transportar soldados feridos no sul do Afeganistão.
Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, é vista ao lado de colegas da Força Aérea afegã em foto de 26 de abril (Foto: Shah Marai/AFP)Niloofar Rahmani, a primeira mulher piloto do Afeganistão, é vista ao lado de colegas da Força Aérea afegã em foto de 26 de abril 
As mulheres não são autorizadas a transportar homens, mortos ou feridos. Mas no final desta missão, ela disse a seu comandante: "Pode me punir se você achou que eu fiz algo de errado". "Ele sorriu e me disse: 'você agiu bem'", lembra.
Para ser tratada da mesma maneira que seus colegas homens, ela acredita que não pode demonstrar fragilidade. "Devo ser dura, muito dura, não posso demonstrar muitas emoções", desabafa.
E ultrapassando as barreiras da igualdade entre os sexos, ela toma muito cuidado para não mexer – tanto – com as tradições.
Recentemente, um de seus colegas estendeu a mão para cumprimentá-la e ela declinou. "Por quê?", disse o militar, desapontado. Sem dizer nada, ela apenas acenou com a cabeça, sorrindo educadamente, com cuidado para não ser mal interpretada.
Niloofar Rahmani, de 23 anos, se tornou a primeira mulher piloto do Afeganistão (Foto: Shah Marai/AFP)Niloofar Rahmani, de 23 anos, se tornou a primeira mulher piloto do Afeganistão

PRF realizará operação no “Dia do Trabalhador”

policia rodoviaria federal

Terá início à zero desta quinta-feira(30) e vai até a meia-noite do domingo(03), a Operação Dia do Trabalhador da Polícia Rodoviária Federal nas rodovias federais Br 407 ( Petrolina-PE – Km 130 ao Km 00 / Juazeiro- BA Km 00 ao Km 10) e Br 428( De Petrolina-PE – Km 192 ao Km 40, município de Orocó) .
Durante este período, serão intensificados a fiscalização de trânsito e o combate à criminalidade, com o objetivo de levar mais segurança à população que utiliza a malha rodoviária do Estado.
No ano passado, o dia 1º de maio caiu em uma quinta-feira e não houve uma operação específica nas rodovias federais sob circunscrição da 6ª Delegacia PRF de Petrolina-PE. Mais uma vez será dada prioridade às infrações que mais ocasionam acidentes, como o excesso de velocidade, a alcoolemia ao volante e as ultrapassagens em local proibido. Para isso, a PRF realizará comandos com bafômetros e utilizará radares de fiscalização, que captam a velocidade do veículo a mais de um quilômetro de distância.
O risco das ultrapassagens
Uma pesquisa da PRF apontou que as ultrapassagens respondem por cerca de 3% dos acidentes, mas representam mais de 30% das mortes nas rodovias federais. Cabe ressaltar que quem realiza ultrapassagens pelo acostamento coloca em risco a vida de todos que utilizam este local e está sujeito a uma multa de R$957,70. Já quem força passagem entre veículos que estão na iminência de se cruzar, é penalizado com uma multa de R$1.915,40.
Acidentes
A PRF orienta que em caso de acidente sem vítimas, o veículo seja retirado da pista, levado para o acostamento e, em seguida, o motorista deve acionar a PRF através do número 191. Manter o carro na pista, além de gerar risco de um novo acidente e provocar engarrafamento é infração média de trânsito (R$ 85,13).

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Professores e polícia entram em confronto durante votação na Alep


O projeto de lei que promove mudanças no custeio do Regime Próprio da Previdência Social dos servidores estaduais – a Parana Previdência –causou tumulto nesta quarta-feira (29) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).  Houve confronto entre a Polícia Militar (PM) e professores, que são contra o projeto e estão em greve desde sábado (25).
Pelo menos 100 pessoas ficaram feridas, segundo a Guarda Municipal. Desses, 42 precisaram de atendimento médico. A Secretaria de Segurança Pública afirma que 20 policiais foram feridos no tumulto desta quarta.
Desde o início da sessão no Plenário, que começou por volta das 15h, o clima foi tenso do lado de fora do prédio da Assembleia.
Às 16h, a polícia recebeu ordem para avançar sobre os manifestantes, que, em meio ao começo de conflito, tentaram ultrapassar a barreira humana feita pelos PMs para poder acompanhar a sessão. A polícia usou bombas de efeito moral, spray de pimenta, balas de borracha e gás lacrimogêneo, de acordo com os manifestantes.
Votação
Na manhã da terça-feira, os servidores tentaram chegar até a Assembleia para participar da segunda votação do projeto, mas foram barrados por um cordão policial e houve confronto. A sessão acabou sendo adiada para esta quarta, quando os deputados aprovaram o projeto.

Agora, o texto segue para redação final, em sessão extraordinária que deve ser realizada ainda nesta quarta-feira. O projeto de lei muda a fonte de pagamento de mais de 30 mil beneficiários para o Fundo Previdenciário.
Com isso, o governo deixa de pagar sozinho essas aposentadorias e divide a conta com os próprios servidores, já que o fundo é composto por recursos do Executivo e do funcionalismo.
Protesto no Paraná (Foto: Giuliano Gomes/ PRPRESS)
O governo diz que com a medida faria uma economia de R$ 125 milhões mensais.
Os servidores alegam que a mudança comprometeria a saúde financeira da ParanaPrevidência, ou seja, faria que, com o tempo, a instituição tivesse mais a pagar do que a receber.
'Equilíbrio'
O governador do Parana, Beto Richa (PSDB), disse que o projeto de lei que está em votação na Assembleia Legislativa é viável e que garante solidez e equilíbrio da ParanaPrevidência. Além disso, o governdor garante que não haverá nenhum prejuízo aos servidores estaduais.

Richa afirma que não há motivo para os professores da rede estaudal entrarem em greve. Para ele, as críticas em relação às propostas têm cunho político e são "maldosas".
O governo estadual afirma ainda que o projeto não altera em nada o pagamento dos proventos para aposentados e pensionistas. Argumenta que o estado continuará arcando, mensalmente, com R$ 380 milhões para os benefícios de servidores civis e militares.

Suspeitos de praticar homicídios na região são presos em Petrolina, PE

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Um homem de 24 anos e outro de 29, foram presos, nesta terça-feira (28), em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, suspeitos de praticar homicídios na cidade de Juazeiro, na Bahia e na região do Vale do São Francisco. A ação foi realizada por policiais da Companhia Independente de Operações e Sobrevivência em Área de Caatinga (Ciosac) e do efetivo Malhas da Lei, do 5º Batalhão de Polícia Militar (5º BPM).
Segundo informações da polícia, os envolvidos nos crimes estavam foragidos e foram localizados na Zona Rural da cidade. Uma das prisões ocorreu no Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho, Núcleo 7, após monitoramento feito pelo Núcleo de Inteligência do Sertão (NIS 4). Com o suspeito foi encontrado uma espingarda batibucha.
A segunda prisão aconteceu na Rua 4 do KM 25, no Projeto de Irrigação Maria Tereza. Os suspeitos foram conduzidos para a Delegacia de Polícia Civil.